28/06/13

Fragilidades


No sobressalto da espera,
mantém a lucidez,
aperta a ferida a abrir, 
e, nas dores resgatadas,
aguarda a tua vez.

Na hora do atropelo,
recoloca os senãos,
os óbvios,
os talvez.
Renega o iludido,
o mentido, o falso admitido,
a ilusão transmissora
de uma paz redutora.
Enfrenta a luta,
salta para a arena,
recomeça a disputa.

Então, dos talvez admitidos,
opera numa outra razão,
encara de vez a certeza,
a verdadeira crueza
da verdade primeira,
que te destrói a leveza,
te deixa prostrado no chão.
Espera que venha a razão,
que te alivie a dureza
de uma dor sem senão.

maria eduarda


4 comentários:

  1. Fragilidades que são fortaleza, desde que se tenha verdadeira consciência delas.
    A sua poesia é revigorante, apela à dignidade...

    Beijo :)

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  2. AC

    Obrigada! Sinto-me lisonjeada com as suas palavras!
    Beijo.

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  3. gostei particularmente. reflexivo, poético.

    permita-me um abraço fraterno

    Mel

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  4. Mel,
    Obrigada!
    Um abraço fraterno para si.

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