22/06/13

A indecisão



Vislumbra-se um ponto qualquer no Universo, algo que transformará o incerto de todos os dias. A poeira não assentou, os trilhos estão pouco marcados e será preciso uma acalmia para que se notem os caminhos já percorridos, conducentes ao alvo.
Muitas marcas se adivinham, de diferentes modos e tamanhos, até de feitios arrojados. Será preciso o doutoramento da vida para conseguir resolver o dilema? Seguir a marca mais ondeante, ou a mais usual, resultado do pisar contínuo?
O enigma reside na decisão a tomar. O tempo esvai-se lentamente, porquanto a luz natural se vai afastando para outros lados, ajudando no rumo de outras decisões. A sombra apodera-se do local e só os desenhos decalcados no solo não são suficientes para a resolução seguinte.

Os conselhos, às vezes são necessários, mas só ele, naquele momento, naquele corpo e naquele pensamento deverá insurgir-se contra as ideias confusas que o atormentam.
Nem sempre se reage na altura, há comportamentos que levam o seu tempo a crescer, a tomar forma, a serem entendidos.
Sentiu-se desconfortável, descontente, com tanta reflexão, mas o seu raciocínio dizia-lhe que, se a caminhada era até então feita assim, diariamente, apesar de tanta incerteza, seria urgente optar agora por uma nova direção?
Se o gesto repetido tem resultado no êxito dos seus deslumbramentos e ambições, deverá então reverter a situação - apagar os trilhos, esquecer o ponto, e recuar até ao tempo e ao espaço onde não era necessário refletir, - bastava aceitar.

maria eduarda

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