Vislumbra-se um ponto qualquer no
Universo, algo que transformará o incerto de todos os dias. A poeira não
assentou, os trilhos estão pouco marcados e será preciso uma acalmia para que
se notem os caminhos já percorridos, conducentes ao alvo.
Muitas marcas se adivinham, de diferentes modos e tamanhos, até de feitios
arrojados. Será preciso o doutoramento da vida para conseguir resolver o
dilema? Seguir a marca mais ondeante, ou a mais usual, resultado do pisar
contínuo?
O enigma reside na decisão a tomar. O tempo esvai-se lentamente, porquanto a
luz natural se vai afastando para outros lados, ajudando no rumo de outras
decisões. A sombra apodera-se do local e só os desenhos decalcados no solo não
são suficientes para a resolução seguinte.
Os conselhos, às vezes são necessários, mas só ele, naquele momento, naquele
corpo e naquele pensamento deverá insurgir-se contra as ideias confusas que o
atormentam.
Nem sempre se reage na altura, há comportamentos que levam o seu tempo a
crescer, a tomar forma, a serem entendidos.
Sentiu-se desconfortável, descontente, com tanta reflexão, mas o seu raciocínio
dizia-lhe que, se a caminhada era até então feita assim, diariamente, apesar de
tanta incerteza, seria urgente optar agora por uma nova direção?
Se o gesto repetido tem resultado no êxito dos seus deslumbramentos e ambições,
deverá então reverter a situação - apagar os trilhos, esquecer o ponto, e
recuar até ao tempo e ao espaço onde não era necessário refletir, - bastava
aceitar.
maria eduarda