Os sapatos levam-me por aí,
mas hoje doem-me os pés.
Desculpa em mim, não saí,
prisioneira da força das marés.
Na concha continuo, neste cansaço
que me inunda, me envolve.
Abraça-me como o sargaço
que não descola, não se move.
Aprisionada, envolta em braços,
não quero espreitar lá fora.
A escuridão estreita os laços,
e quero aquiescer na demora.
Há dias que acordam assim,
sem apelo, sem vontade,
como algo desprovido ou afim,
que me tira toda a sanidade.
Talvez o sol me ilumine,
se hoje a luz me presentear,
ou a pouca vontade me fulmine,
de um não querer, um apartar.
Queria poder esbracejar.
maria eduarda
Temos que sair da concha...
ResponderEliminarSem isso nem esbracejamos.
magnífico poema, gostei muito.
Maria Eduarda, tem uma boa semana.
Beijo.
e saímos da concha, só que às vezes também apetece parar para pensar...
ResponderEliminarBeijos